20 de maio de 2011

RETROFIT - A cirurgia Plástica do Edifício

Após algumas décadas, mudanças na cidade e no estilo de morar criam novas necessidades a quem vive em apartamentos. Diante de tantos lançamentos, até mesmo a arquitetura se desatualiza, pedindo intervenções em fachadas ou interiores. Alguns prédios paulistanos remoçam e se valorizam substancialmente com um processo de retrofit (a expressão inglesa junta o latino retro – movimentar-se para trás – ao ingles fit – adaptação, ajuste). Além do ponto de vista comercial, há um incentivo para esse tipo de obra, graças à linha de crédito para reformas oferecida pela Caixa Econômica Federal.

Chegou a hora de São Paulo, depois de um crescimento vertiginoso, rumo às franjas distantes da cidade, voltar-se às suas áreas mais próximas do centro – bairros nobres ou que já foram assim como o próprio coração histórico. Vale dar aos edifícios antigos um novo visual ou mesmo criar novos usos, Assim um hotel ou sede de empresa pode virar prédio de apartamentos para gostos e bolsos variados. “A cidade faz uma coivara e abandona bairros”, diz o arquiteto Roberto Candusso, referindo-se à forma de lavoura indígena que larga o terreno e busca outro quando aquele não é mais fértil. “Precisamos aprender com os europeus outra atitude.”, completa Roberto. E, afinal, quando um prédio merece retrofit? O arquiteto Sílvio Heilbut reponde: “Basta ter boa construção e arquitetura – não precisa ser assinado, porque a gente usa roupa que não é de grief e nem por isso joga fora”. Sílvio frisa que é importante valorizar o imóvel do ponto de vista estético e financeiro (o preço do imóvel pode dobrar ou quadruplicar, veja o caso ao lado). Vários edificios foram construídos com área maior que o permitido hoje, por exemplo, seis vezes maior que a área do terreno em comerciais e quatro em residenciais” Nesse caso, se a construção tem qualidade e está bem localizada, ela pode e deve passar pelo retrofit, porque seria insano derrubar um prédio desses e erguer um novo.

As varandas do Marambaia

O Arquiteto Roberto Candusso comprou um apartamento da década de 1970 na alameda Franca, nos Jardins. No ano de 2000, o Edíficio Marambaia sofria como infiltrações na fachada de mármore e granito. “Apesar de ser gigantesco, 400m2, faltava uma área externa para cada unidade. Sugeri que fosse acrescentado um terraço, com estrutura metálica, e a aceitação foi grande”, conta Roberto, que pediu autorização diretamente ao arquiteto para alterar a fachada original e elaborou dois projetos: com varandas em todas as unidades ou com com vários andares sem elas. Apenas dois proprietários ão queriam varanda, “ e ia ficar com uma fachada banguela”. Eles foram convencidos , pois a lei municipal determina aporvação unânime para reformar a fachada(leia quadro no final da reportagem). Apois dois anos de obra e investimento de R$ 150 mil de cada unidade, o imóvel de R$ 550 mil passou a valer R$ 2,1 milhões.

A fachada antes reta ganhou movimento e curvas como uma mulher que faz lipoescultura. Isso aconteceu graças à fundação de estacas e à estrutura das varandas, toda metálica e independente da do edíficio.


Link: http://web.mac.com/rcandusso/iWeb/Candusso%20News/noticias/812C5C58-EFCB-47AF-89C3-025FEB84CFC2.html

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