4 de maio de 2011

OBRA ANÁLOGA - Requalificação do edifício Maria Paula - SP

1. Histórico

Localizado na Rua Maria Paula, 161, do Bairro Belavista, do centro histórico de São Paulo, foi de propriedade de Dirce de Azevedo Soares B. Pimentel e outros. O terreno compreende uma área de 500m2 com 24,26m de testada. O prédio de quatorze pisos e um subsolo foi projetado pelo Escritório Técnico A. B. Pimentel, para abrigar as residências da classe média, numa área construída perfazendo um total de 3.910 m2, em 1956.

Posteriormente, o prédio foi abandonado pelos moradores, devido à falta de garagens. Ele esteve abandonado até 1997, quando foi ocupado pelo Fórum de Cortiços (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL-SP, 2007). Em 2002, foi tombado com Nível de Preservação 3 (NP3) pelo Conselho Municipal de Preservação de São Paulo (COMPRESP), mediante Resolução n° 22, de 2002, devido a sua importância arquitetônica, histórica e cultural.

Segundo o Artigo 7 da Resolução n° 22/2002, o Nível de Preservação 3 (NP3) está definido como a Preservação parcial do bem tombado. Ressalta que: “Quando se tratar de imóvel deverão ser mantidas as características externas, a ambiência e a coerência com o imóvel vizinho classificado como NP1 e NP2, bem como deverá estar prevista a possibilidade de recuperação das características arquitetônicas originais”. Ainda o Artigo 9° expressa: “com relação aos imóveis classificados com NP3 serão admitidos reparos externos visando conservação e manutenção do bem tombado, sem modificação de vãos, estrutura ou material utilizado”.

Através do Programa de Arrendamento Residencial, a Prefeitura de São Paulo (gestão 2001-2004), em convênio com a Caixa Econômica Federal (CEF), reciclou e adequou o prédio para 75 unidades residenciais, para uma população com renda entre três e seis salários mínimos. O projeto de restauração e reciclagem esteve a cargo do Escritório de Arquitetura: Fábrica Urbana e Projetos da Cidade e a construção foi realizada pela 3RD. O valor pago pelo imóvel foi de R$ 1.000.000,00 e o da operação foi de R$ 1.980.596,69 (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL-SP, 2007). Terminada a obra, o edifício foi entregue aos beneficiários desse programa em 2004.

2. Prédio original
Originalmente, o prédio Maria Paula é de quatorze pisos e um subsolo, abrigando, no pavimento térreo, o quarto do zelador, com cozinha e banheiro; saguão de acesso aos apartamentos, com portaria, depósito e elevador social; um elevador de serviço; uma loja, com depósito e banheiro; e uma segunda loja com banheiro.

Do 1° ao 10° pavimento abriga-se um apartamento por piso, e, por sua vez, cada apartamento compreende um hall, um elevador social, um elevador de serviços, sala, sala de jantar, lavabo social, três dormitórios, banheiro, terraço, copa, cozinha, despensa, banheiro de serviços, lavanderia.

Do 11° ao12° pavimento abriga-se um único apartamento e uma escada interna que interliga o 11° pavimento do 12° pavimento. Tem-se acesso a este apartamento por um elevador social e outro de serviços. O apartamento do pavimento inferior compreende o hall, o living room, o salão com lareira, sala de jantar, banheiro social, terraço coberto, área de serviço, copa, cozinha, lavanderia e banheiro de serviço. O pavimento superior (12° pavimento) abrigava um dormitório, banheiro, uma suíte, sala de costura, rouparia e terraço.

Ao 13°, o acesso se dava através do elevador de serviço e da escada. Este pavimento abrigava dois quartos de empregada, um terraço, um banheiro, a rouparia e a sala de máquinas. (Figura 1)

2.1.3. Reciclagem do prédio

A Prefeitura de São Paulo, em convênio com a Caixa Econômica Federal e com recursos do PAR, reciclou o prédio Maria Paula. Este foi adquirido pelo valor de R$ 1.000.000,00 (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL-SP, 2007). A data de contrato para sua reciclagem é de15 de maio de 2001. O custo da obra (aquisição do prédio, reforma e legalização) foi orçado em R$ 1.980.596,69 (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL-SP, 2007). O projeto de arquitetura e de adequação para uso residencial do prédio foi realizado pelo arquiteto Juan Luís Rodrigues Gonzáles do Escritório da Fábrica Urbana. A construção foi realizada pela 3RD. Os treze andares, o térreo e o subsolo existentes abrigam 75 unidades residenciais para uma população com renda entre três e seis salários mínimos. No subsolo estão a área para reuniões do condomínio, a área de recreação infantil, o reservatório de água, a casa de bomba, o abrigo de medidores, duas escadas e dois espaços livres para jardim. No pavimento térreo estão: o hall, a recepção, duas unidades residenciais para deficientes físicos, a lavanderia coletiva, dois elevadores, duas escadas que levam ao mezanino e uma escada e dois elevadores que fazem a interligação do térreo com os pavimentos superiores. Do 1° ao 12° pavimento, abrigam-se 6 apartamentos conjugados (sala/dormitório, copa/cozinha e banheiro). O 13° pavimento conta com um departamento com dois dormitórios, sala/copa, cozinha, depósito e banheiro (Foto1, e Figuras 1, 2 e 3).

Foto1. Fachada principal Edifício Maria Paula
Figura 1. Planta do subsolo do Edifício Maria Paula
Fonte: Salcedo, 2006 Fonte: Câmara Municipal de São Paulo, 2001

Figura 2.Planta pavimento térreo, Edifício Maria Paula


Figura 3.Planta pavimento tipo, Edifício Maria Paula
Fonte: Câmara Municipal de São Paulo, 2001 Fonte: Câmara Municipal de São Paulo, 2001

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