21 de maio de 2011

ENTREVISTA DE GIOVANA GATTI

Entrevista realizada no dia 26/05/2011, junto a estudante de arquitetura Giovana Gatti e também funcionária da Secretaria de Estado e de Planejamento de Minas Gerais.


PERGUNTA:
Após a mudança da máquina administrativa do estado de Minas Gerais para o novo Centro Administrativo, você sabe de alguma das edificações até então utilizadas se tornaram obsoletas ou não estão sendo utilizadas ou pouco utilizadas?

RESPOSTA:
O local que eu trabalho (esquina da Rua da Bahia com Gonçalves Dias) ficou temporariamente vazio entre agosto (quando SEF/MG foi transferida para a CAMG) e dezembro, ocasião que foi reocupado por vários setores da própria SEF que tem atendimento ao público e não foram transferidos para CAMG, que por sua vez desocuparam 4 imóveis que estavam alugados. Há rumores de subutilização, como é o caso da sede da SEPLAG na Rua Tomaz Gonzaga (acho que é essa a rua...). Um prédio que tenho certeza que foi totalmente desocupado, e não sei se assim permanece, é o da Rio de Janeiro – Praça Sete – o que tem o ITAÚ no térreo. Eu trabalhei lá no período entre agosto/dezembro/2010, ocasião que foi totalmente desocupado. Procure saber na portaria do prédio. Se eu souber de outro, falo com você. Abraços.

Edifício Tancredo Nevez, Rua Tomás Gonzaga, Nº 686. Bairro Lourdes.

Antiga Sede do Banco Mineiro da Produção BEMGE, Rua Rio de Janeiro, Nº 471. Bairro Centro - PROJETO DE OSCAR NIEMEYER DO ANO 1953

20 de maio de 2011

Retrofit Predial: reciclagem tecnológica

Fonte: Revista IPESI

O retrofit predial - ou seja, a revitalização de edifícios principalmente comerciais via a modernização construtivo-arquitetônica - começa a se tornar um mercado estratégico para as produtoras de equipamentos eletrônicos para edificações, assim como para as empresas de implantação destes equipamentos.

Várias dezenas de edifícios de médio e grande portes já passaram por processo de retrofit nos últimos anos nas principais cidades brasileiras - com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro - e projetos deste tipo não param de pipocar pelo País. E é um mercado que tem tudo para crescer ainda mais, devido à crescente escassez de terrenos nas metrópoles e o alto preço da maioria deles, para não falar do próprio custo da construção.

Prédios aptos a receber retrofit não faltam no País. Em São Paulo, há regiões como o Centro e a Avenida Paulista onde mais de 90% dos edifícios não são dotados de inteligência predial. Nos centros e pólos comerciais das outras cidades acontece o mesmo.

O retrofit é uma modalidade construtiva já bastante rotineira no Primeiro Mundo. Na Europa, 50% das obras já são constituídas hoje por reformas e reabilitações. Na França e na Itália, este índice sobe para 60%.

Praticamente todos os retrofits construtivo-arquitetônicos tentam, além de dar um “banho de loja” na fachada e nas áreas internas da edificação, incorporar alguma das modernas tecnologias prediais disponíveis no mercado, que são comumente agrupadas dentro do conceito de inteligência predial.

As redes originais de luz, telefone e água, além dos elevadores, costumam ser modernizadas ou reformadas, e posteriormente anexadas aos sistemas inteligentes, quase sempre pilotados por computador. A idéia é integrar os sistemas elétricos, de telecomunicações, hidráulico, climatização e de segurança em um grande “super sistema”, com o comando e a supervisão de todo o conjunto a partir de uma única sala de controle.

Deste modo, é possível programar e operar à distância o consumo de luz e ar-condicionado, por exemplo, assim como regular o uso das redes de dados e telecomunicações e coordenar os sistemas de segurança do prédio, tudo do ponto de vista da racionalidade operacional e da redução do consumo energético. Luminárias que operam dentro de um sistema inteligente podem, por exemplo, consumir 40% menos energia do que no sistema tradicional. A implantação de sistemas de segurança interna e perimetral, via controles de acesso e circuito fechado de televisão, faz parte, igualmente, desta estratégia de modernização.

A integração entre engenharia, equipamentos de controle predial e arquitetura costuma ser a chave de um bom retrofit. Os projetos de retrofit melhor desenvolvidos costumam integrar ao máximo os equipamentos de inteligência predial - como sensores, comandos, detectores e termostatos dentro de um desenho arquitetônico e de engenharia construtiva o mais moderno e funcional possível.

VALORIZAÇÃO - É o desejo da valorização imobiliária que está empurrando a maior parte dos condomínios comerciais (e mesmo alguns residenciais) no caminho do retrofit. Construído há mais de 40 anos, o Centro Empresarial RD-53, do Rio de Janeiro, teve o valor do metro quadrado de locação elevado de R$ 13 para R$ 55 depois de receber um tratamento de modernização arquitetônica e a implantação de sistemas prediais inteligentes.

Do mesmo modo, o Edifício Marambaia, prédio residencial erguido há 30 anos em São Paulo, viu o preço médio de um apartamento subir de R$ 550 mil para R$ 1.500 mil com o projeto de retrofit desenvolvido pelo arquiteto Roberto Camdusso, que previu a recuperação da fachada e acréscimo de um terraço de estrutura metálica em cada apartamento, além de um sistema informatizado de controle predial. Uma unidade privilegiadamente localizada foi vendida a R$ 2.100 mil.

O custo de uma reabilitação por retrofit é baixo, comparado ao de uma edificação nova. A modalidade gera uma economia mínima de 40% no valor do metro quadrado de construção, na comparação com o custo do metro quadrado de um projeto “zero quilômetro”. O prazo de execução também é menor nos projetos de retrofit, cerca da metade de uma obra nova.

Os projetos arquitetônicos e de instalações costumam ser desenvolvidos em conjunto no retrofit tradicional. Mas já se observa no mercado um movimento crescente de retrofits apenas das instalações prediais, sem intervenções na arquitetura. Esta modalidade, mais barata, vem também se disseminando com enorme rapidez pelo mercado, mas tem a desvantagem, para o empreendedor, de a quantidade de “inteligência” a ser colocada no edifício depender do tipo de arquitetura pré-existente.

Mesmo assim, projetos de retrofit apenas para as instalações estão prevendo cada vez mais a implantação até de sofisticados sistemas de dados, com infra-estrutura de comunicações por cabeamento estruturado ou por sistemas wireless (sem fio), prerrogativa até pouco tempo atrás dos edifícios novos, já projetados para operarem com eles, ou dos projetos globais de retrofit.

LINK: http://www.licitamais.com.br/noticias/news/1948.html

RETROFIT - A cirurgia Plástica do Edifício

Após algumas décadas, mudanças na cidade e no estilo de morar criam novas necessidades a quem vive em apartamentos. Diante de tantos lançamentos, até mesmo a arquitetura se desatualiza, pedindo intervenções em fachadas ou interiores. Alguns prédios paulistanos remoçam e se valorizam substancialmente com um processo de retrofit (a expressão inglesa junta o latino retro – movimentar-se para trás – ao ingles fit – adaptação, ajuste). Além do ponto de vista comercial, há um incentivo para esse tipo de obra, graças à linha de crédito para reformas oferecida pela Caixa Econômica Federal.

Chegou a hora de São Paulo, depois de um crescimento vertiginoso, rumo às franjas distantes da cidade, voltar-se às suas áreas mais próximas do centro – bairros nobres ou que já foram assim como o próprio coração histórico. Vale dar aos edifícios antigos um novo visual ou mesmo criar novos usos, Assim um hotel ou sede de empresa pode virar prédio de apartamentos para gostos e bolsos variados. “A cidade faz uma coivara e abandona bairros”, diz o arquiteto Roberto Candusso, referindo-se à forma de lavoura indígena que larga o terreno e busca outro quando aquele não é mais fértil. “Precisamos aprender com os europeus outra atitude.”, completa Roberto. E, afinal, quando um prédio merece retrofit? O arquiteto Sílvio Heilbut reponde: “Basta ter boa construção e arquitetura – não precisa ser assinado, porque a gente usa roupa que não é de grief e nem por isso joga fora”. Sílvio frisa que é importante valorizar o imóvel do ponto de vista estético e financeiro (o preço do imóvel pode dobrar ou quadruplicar, veja o caso ao lado). Vários edificios foram construídos com área maior que o permitido hoje, por exemplo, seis vezes maior que a área do terreno em comerciais e quatro em residenciais” Nesse caso, se a construção tem qualidade e está bem localizada, ela pode e deve passar pelo retrofit, porque seria insano derrubar um prédio desses e erguer um novo.

As varandas do Marambaia

O Arquiteto Roberto Candusso comprou um apartamento da década de 1970 na alameda Franca, nos Jardins. No ano de 2000, o Edíficio Marambaia sofria como infiltrações na fachada de mármore e granito. “Apesar de ser gigantesco, 400m2, faltava uma área externa para cada unidade. Sugeri que fosse acrescentado um terraço, com estrutura metálica, e a aceitação foi grande”, conta Roberto, que pediu autorização diretamente ao arquiteto para alterar a fachada original e elaborou dois projetos: com varandas em todas as unidades ou com com vários andares sem elas. Apenas dois proprietários ão queriam varanda, “ e ia ficar com uma fachada banguela”. Eles foram convencidos , pois a lei municipal determina aporvação unânime para reformar a fachada(leia quadro no final da reportagem). Apois dois anos de obra e investimento de R$ 150 mil de cada unidade, o imóvel de R$ 550 mil passou a valer R$ 2,1 milhões.

A fachada antes reta ganhou movimento e curvas como uma mulher que faz lipoescultura. Isso aconteceu graças à fundação de estacas e à estrutura das varandas, toda metálica e independente da do edíficio.


Link: http://web.mac.com/rcandusso/iWeb/Candusso%20News/noticias/812C5C58-EFCB-47AF-89C3-025FEB84CFC2.html